Volta.

Saudade
É da idade.
Foi há um tempo atrás, desprezo.
É agora, desespero.
Será necessidade.

E essa dor, quando passa?
Paga pedágio e naufraga.
Desisti de ser original
Me rendendo à essa rima pobre
Sou só mais um caso de escritora banal.

Não voltas
Por quê?
Nunca fostes embora.
Volta.
Devolve.
Me cura.

"O dia mente a cor da noite."

Isso é só mais um calendário.
Pra amanhã, hoje será só mais um dia.
Pra hoje, hoje é O dia.
E pra ontem, nem era dia.

O velho e o moço.

O moço sorri.
Eliminando qualquer tipo de deficiência.
Sorri.
Me levando em cima da felicidade pro mais lindo lugar.
O moço brinca.
Transbordando amor pelos baldes da alegria.
Brinca.
Como se a vida não fosse suficiente. Nem a eternidade.

Cheque em cima da mesa.

O velho moço não sorri mais.
Não como antes.
Sorriso fingido.
Quantas pessoas não se convencem?
Me inclua neste grupo.
Conheço bem o velho moço.
Costumo chama-lo de "Pai".

Espero.

Faz um tempo
E eu não me vi em você.
Estranho.
Eu que costumava me encontrar só de passar um tempo te observando...
Não mais.
Não dei valor.
Você deu.
Pouco me importou.
Em ti, doeu.
Eu fui.
Você ficou.
E agora eu volto.
Você foi.
Esqueceu.

Zonza de te procurar

Pessoas.
Milhões de pensamentos ziguezagueando cada uma daquelas cabeças
Quanta gente sendo ignorada sem nem perceber.
Quantos beijos roubados demorando pra acontecer.
Quanto descaso pra ver um filme no cinema.
Quanto exagero desnecessário.
Só quero o necessário.
Esse "des" não completa nada.